Se você gosta de ler o FASH!Mail, considere fazer um upgrade para a versão premium! Clique aqui para saber todos os benefícios!
Calma, essa não virou uma newsletter de economia, pelo contrário, aqui é puro gasto rs, mas tal qual Carrie Bradshaw… I couldnt help but wonder, a quem queremos enganar com essa falácia de bolsa investimento? A nós mesmas, é claro!
Como o intuito dessa coluna “Pensando moda” é pensar moda de forma mais rápida e casual do que os posts mais elaborados da Newsletter, hoje me peguei pensando, quédizê, me peguei olhando pra uma sapatilha da Chanel velhinha que tenho e de como caí na falácia da peça de investimento.
Comprei essa sapatilha em 2011, em tempos altamente analógicos, ainda que muito bloguísticos em uma semana de moda repleta de colegas blogueiras. Sapatilha estava muito em alta e eu, sempre uma amante do modelo, não pude resistir em adquirir o Fashionismo do momento: a sapatilha bicolor da Chanel.
Veja bem, na época esse modelo custava uns U$600 e o dólar mal chegava na casa dos R$2, então convertendo pra se divertir, um nobre modelo de calçado Chanel custava R$1.000.
Tempos bons, tempos puros!
E na esteira da tendência eu usei, reusei, usei novamente, extrapolei, esfolei, usei a torto e a direito. Lembro que lá por 2015 ou 2016 a querida já era sofrida e eu mandei pro sapateiro pra uma reforminha básica na cor.
Eis que a moda é cíclica e a póbi da sapatilha caiu em desuso, seu ativo na bolsa, digo, closet, estava em baixa. Ela ficou escanteada na prateleira mais escondida do nosso armário para o desabrochar de tênis fashionistas, mules, birkenstocks e outros calçados mais confortáveis.
Mas tudo que desce pode subir e ano passado a sapatilha veio em novos formatos e ideias, seria uma chance de resgatar tais peças empoeiradas no nosso armário?
Poeira é elogio pra minha! A querida está xoxa, manca e capenga, e olha que ela ficou bem guardadinha numa dust bag.
Semana passada contei que precisei colocar meu closet abaixo pra fazer uma mini reforma, o que gerou inclusive um desapego de 3 bolsas que postei aqui, a quem interessar possa. Daí reencontrei a Chanel e, a título da mais absoluta curiosidade, levei a dita cuja ao sapateiro pra orçar uma recauchutagem.
Eis que para a minha - não muita - surpresa, o valor pra reforma: R$950! Não ironicamente, o mesmo preço que paguei nela 14 anos atrás kkkry
A reforma é geral, estrutural, de cor e acabamento. Honestamente, só o símbolo dos C'S intricados que ficam né, pq o resto é tudo consertado. Eles até ofereceram mudar a cor a gosto da freguesa.
Com um sorriso bege e desbotado, tal qual a cor do sapato, agradeci e coloquei de volta na dust bag e pensei: Investimento? Investimento pra quem???
Eu mesma respondo: pra quem tem uma dúzia de outros modelos da Chanel, Dior ou [insira sua marca de luxo aqui]!
Pra quem só tem uma (ok, também tenho aquela famigerada rasteirinha da Chanel de camélia que era hit na mesma década passada), um modelo desse não dá pra encaixar como investimento, afinal, a gente vai usar tanto e tanto, que não tem couro francês costurado por freiras habilidosas primas de Lagerfeld que vão me garantir a eternidade do modelo.
Precisamos assumir que a classe média compra porque gosta de luxar, de “se mimar” e durabilidade é só pra quem tem de uma dúzia pra cima rs.
Nota: Logicamente fui bancar a #girlmath e, em busca de um sonho e da total ignorância matemática (disciplina essa que repeti no distante 1o ano do 2o grau em 1997), queria saber quanto estava custando atualmente um modelo 0km da tal sapatilha bicolor. E, a quem interessar possa, não a mim: U$1.000.
Beijos!
Thereza
Mas The, eu acho que a peça cumpriu exatamente seu propósito com você, foi usada exaustivamente e chegou no seu limite, como acontece com qualquer sapato. Concordo que precisamos cair na real que não existe peça que dure pra sempre, mas eu acho mais bonito um eterno enquanto dure como esses do que ficar 30 anos com a sapatilha belíssima no closet mas ter usado 2 ou 3 vezes na vida com pena de estragar (que é o que acontece com muita gente que não pode bancar um armário de grife: o sonho de consumo vira peça de museu) (o que é válido, não sou ninguém pra gongar o hobby alheio, mas na minha opinião é menos interessante).
Agora, se esse tipo de fruição vale ou não o dinheiro que elas custam, cabe a cada pessoa responder de acordo com suas convicções e limite no cartão.
beijos!!
A minha precisa de uma reforma. Vai ficar precisando.