Ainda estamos em junho, friozinho mal bateu, e a querida já está pautando a moda primavera/verão??
Bom, o verão em questão é o do hemisfério norte, mas algumas coisas me chamaram a atenção, logo, compartilho!
Lembra que em março fiz um post chamado “Batalha das -cores” e que mostrava que o contraponto da moda officecore se tornou mikmaid dress e todo o conservadorismo vigente político e fashion?
A batalha das estéticas!
Eu nunca imaginei que iríamos sentir saudades das aesthetics frugais que giravam em torno de strawberry skin, vanilla style e cinammon hair*. Colocar nome de comida era o menor dos nossos problemas… …
“O “Raw Milkmaid” poderia ser até mais um vestido estilo camponesa, mas o problema é maior, como aponta o NYT: Um dos anúncios do vestido faz referência - de forma até irônica - ao supremacismo branco.”
Pois bem, o post é o mais lido do ano até agora - o que me deixa progressivamente aliviada rs - e a mesma moda trouxe a resposta ao tal vestido puritano.
Qual é o oposto dele?









Pode entrar BANDAGE DRESS!
Aparentemente o modelo, feito em bandagem popularizado por Hervè Leger nos anos 80 e revivido seu auge nos anos 2000, promete não apenas ser uma resposta aos modelos de camponesa, como o hit do verão por si só!
Eu casualmente comecei a reparar por conta desse tweet que contava que a House of CB estava trazendo versões inspireds do famoso look e então entrei numa espiral de notícias sobre o tema!
E 3 questões levam ao frenesi do modelo bandage nos dias de hoje:
» Que delícia o verão: a temporada sempre pede hits de moda e o sexy de volta! É a música do momento, o look da estação, a estética que vai contar a história da temporada.
» O culto ao corpo: estamos vivendo a popularização das canetas emagrecedoras e, consequentemente, da exaltação dos corpos magros. O bandage dress era o símbolo disso 20 anos atrás e promete resgatar a energia Lindsay, Britney e Paris de corpos & look.
» O vintage é pop: outra questão é a geração z tiktokiana que adora resgatar o passado e tem encontrado boas refs icônicas do modelo. Com isso, ela tem feito caças a brechós em busca de versões vintage - e inspireds - do hit bandage para, logicamente, transformar em conteúdo pra FYP (e provavelmente vestir no OFF).
E nessa mistura toda, o vestido acabou tornando símbolo de “resistência fashion” ao contrapor com o tal modelo camponesa dedicada ao marido, que ganhou tração no Estados Unidos de Trump.
No mês passado a Hailey Bieber usou uma versão YSL sutil - e muito linda - ao modelo bandage. Kaia Gerber também recente se inspirou na mãe e resgatou um modelo vintage anteriormente usado pela Cindy Crowford (no Oscar ao lado de Richard Gere) e esses são apenas dois exemplos de célebres gen-Zers.
O verão no Hemisfério Norte acabou de começar, mas pode anotar que veremos outras celebridades e vídeos virais comprovando a tese do modelos sendo resistência e reflexo fashion vigente e latente.
Lógico que são pequenos recortes de moda, mas sempre comprovando que moda é conversa, é comunidade e, consequentemente, um símbolo de comunicação, seja ela qual for.
Beijos,
Thereza
Amei a abordagem certeira! 🎯