O ano em que decidi cuidar de mim
Newsletter motivacional de uma pessoa que oscilava demais e se achava apenas ok demais...
Eu fiz 40 anos e parece que uma chave virou na minha mente. Não foi uma ignição moderna, daquela que se aperta um botão e vai, mas de um carro dos anos 80 que às vezes demora pra virar, engata, mas vai, precisa ir, tá indo. Sai da frente!
Analogias à parte, a idade bateu pra mim e de uma forma surpreendentemente positiva. Na realidade, a idade me fez mais responsável e não pela experiência, mas pela urgência em ser melhor e mais saudável para minha filha. Viver mais a vida, valorizar mais as coisas. Desculpa parecer papo de coach, mas disparando o gatilho da longevidade, uma hora eu precisava focar.
Veja bem, eu sempre fui uma mulher cuidadosa, desde que me casei tive uma relação melhor com a comida, era mais atenta, vigilante, passei a frequentar academia, cuidei mais da minha saúde, fazia exames regularmente, mas era OSCILANTE. Eu oscilava.
Meu propósito oscilava, minha meta oscilava, meu peso oscilava, minha energia oscilava. Não tinha um padrão ou rotina, no auge dos meus 30 anos eu tinha o luxo e até mesmo o privilégio físico de uma pessoa sempre saudável de oscilar.
Daí bateu os 40, a maternidade sugando sua energia, sua saúde física, mental, espiritual, sua autoestima… daí ou é vai ou racha. Óbvio que eu quero ser saudável pra ela, por ela, com ela, mas eu percebi que a gente tem que ser também e, se bobear mais, pela gente e pra gente. Então por isso que eu digo que esse é o ano que decidi cuidar de mim!
Na realidade começou ano passado, o ano que comecei a fazer terapia e foi ótimo, mas parei por enquanto. Foram 6 meses de descoberta, entendimento e desabafo, mas veio 2024 e, como sempre falo, oscilei, deixei de lado e não entrou nas minhas metas. Meu saudoso pai brincava que eu era uma obra inacabada, nada terminava, o ballet, o piano, os cursinhos. Não deu tempo de resolver essa questão na terapia, mas sei que mesmo com meus defeitos, a falta de resiliência não é um deles. Posso desistir fácil, mas estou sempre disposta a começar tudo de novo. Segunda-feira, inclusive, é um dos meus dias favoritos da semana e aquele espírito de roupa de cama trocada, salada e foco na academia.
O ano que decidi cuidar do meu corpo
É curioso, talvez irônico, mas muito revelador que o meu corpo foi menos meu, quando eu mais “precisei” dele. Sempre fui uma menina ativa e que gostava de me movimentar. Até meus 28 anos sempre foi m/40, cinturinha, quadrilzão e coxa grossa. Sempre achei ok, confesso que pouco me importava, eu só queria caber nas minhas blusinhas e sainhas jeans.
Mas foi só virar blogueira que o inverso aconteceu, ao invés de cuidar de mim, afinal, o físico é preponderante para ser e parecer (infelizmente), comecei a trabalhar em casa, sentada no computador e fui deixando de lado atividades em prol do digital.
O tempo foi passando, eu oscilando, procurando outras prioridades, me distraindo com outras coisas e esquecia de mim. O único ponteiro que me importava era o dos exames anuais que fazia e era tudo ok. A vida de fato era ok, sempre fui ok, tranquila, despreocupada, na minha. O ok me bastava, sempre fui meio que autossuficiente e me contentava com o TAL DO OK. Enquanto todo mundo dava atenção exacerbada ao corpo, eu buscava ignorar o meu, ser resistência era me aceitar sem mais explicações, ser apenas ok. Às vezes é bom, mas às vezes é ruim, daí fica meio que ok :/
Aí recentemente o ok falhou e eu oscilei. Pela primeira vez meu colesterol tinha dado um pouco alterado, nada demais, mas pra mim foi gatilho. Gatilho pra entender que a tendência não era mais ser sempre ok, quase como a lei natural das coisas, até a gente entender que o ok era a obrigação, o “mais” era o diferencial.
E desde então entendia que precisava me priorizar, me colocar como protagonista, jogar atenção em mim, no meu corpo, na minha saúde para além do ok. Entendi que oscilar não me pertencia mais, era luxo. Então peguei meu privilégio, enquanto ainda posso usá-lo, e deixei de lado alguns planos profissionais, algumas metas e ideias e decidi focar em mim.
Decidi focar em ser irrepreensivelmente saudável, em ser religiosamente fitness, em ser a tal da grande gostosa, em ser mais que duas letras a O e a K.
Há 1 mês fui na endocrinologista, na nutricionista, no neurologista (pra cuidar mais do meu tremor essencial - pauta para um outro post) e foquei em mim, tal qual um atleta pronta pras Olimpíadas. E, me esforçando pra não ser uma coach piegas motivacional, passei a cuidar de mim em definitivo.
Eu não quero fazer nada na pressa ou na pressão, eu quero apenas ser mais consistente pra conseguir o que planejo a longo prazo e de forma mais definitiva. E tem sido bom, tem sido natural, tem sido automático, tem sido bem mais que ok, logo, estou oscilando menos.
A academia e eu
Uma história sempre incompleta! Na escola fazia vôlei e disputava campeonatos estudantis. Fiz também futevôlei e adorava, era super cool, o esporte da moda e eu era boa nisso! Fiz até meus 19 anos, aí fui pra faculdade, outra vibe, estudo, choppada e por aí vai. E a academia sempre andava à margem da minha sempre ilibada rs saúde.
Aí depois que comecei a namorar o Rodrigo, sempre muito aplicado à musculação, ia de modinha, uma vez na vida, outra sabe-se quando. Mais não ia do que ia.
Aí lembro que quando fiz 35 anos (2018) comecei a frequentar mais ativamente, foi um ano inteiro que ia de forma regrada e foi meu período mais fit e saudável. No ano seguinte oscilei. No outro engravidei, pandemia, quarentena. Daí desde 2022 voltei e oscilei, mas esse ano segui forte, esforçada, 4 ou 5 vezes por semana e com alguns métodos ridículos que queria compartilhar, vai que
» Acorda e vai
A parte da manhã é meu horário favorito pra ir à academia. Como vou na do meu prédio, é o horário mais vazio e sinto que assim que eu malho de manhã: eu dou um check no meu dia! Então eu acordo e IMPRETERIVELMENTE coloco minha roupa de malhar. Eu me forço, eu vou no automático, eu simplesmente vou.
Daí eu tomo meu café, fico um pouco com a Duda e depois tiro meus 50 minutos de academia e aí o dia começa bem melhor, recomendo.
» Aplicando Mindfulness
Eu peço desculpa pelas dicas ridículas, mas se funcionam comigo, uma pessoa que oscila, pode funcionar com qualquer um! Eu já contei da minha relação com mindfulness e esse ideal de atenção plena e foco no momento presente e tenho trabalhado isso na academia! A real é que no geral eu ia e me distraía especialmente na “contagem” e fazia de qualquer jeito e, quando chegava ao fim, parecia que estava fazendo nas coxas *não literalmente*.
Daí eu tenho focado na contagem! Contando com atenção tal qual minha filha aprende a ordem dos números, fazendo o exercício com intenção, percebendo os movimentos e até reparando onde o músculo ~muscula rs. Tem vezes que a música me ajuda a fazer na força do ódio, mas geralmente tenho até adotado o silêncio pra focar na atenção e tem me ajudado MUITO!
» Gracinhas e fashionismos
Não vou negar, um lookinho é fundamental pro bem-estar acadêmico. Eu adoro ir de bermudinha e comprei umas fofas e confortáveis da Renner, daí também comprei umas brusinhas legais e também não troco meu tênis básico Nike Free Run por nada, na real adoro malhar toda de preto e tá bom.
Agora uma coisa que fez diferença, além de me tornar entusiasta de Whey Protein, já que a ingestão de proteína tem sido um foco antes negligenciado, não é que esses Supercoffees da vida me dão um gás mesmo?! Não sei se funcionam como placebo, mas eu me sinto mais cafeinada sim, daí, qualquer coisa que eu sinta um ganho, um bônus, tô aceitando pra parar de oscilar!
» Thethê Corredora
Eu amo fazer musculação, sinto prazer pegando peso mesmo e adoro quando avanço de peso. Agora eu odeeeio aeróbico, mesmo com a praia no quarteirão de casa, acho muuuuito chato caminhar. Mas eu acho chique correr, quédize, ver quem corre, aquela vibe maratonista, acho o máximo. Mas nunca tentava, primeiro porque eu tenho pé plano e dói, porque eu tenho condromalácia e parece um chacoalho, mas liberada pelos médicos e tentando tirar de mim a sensação de Phoebe Buffay, passei a correr e é minha parte favorita, porque tem um fator desafio.
Engraçado que nos primeiros dias eu não aguentava trinta segundos, sério, condicionamento físico de centavos, mas aí foi subindo, subindo… e me sinto o máximo!! Tempo de corrida? 3 minutos, ridícula, eu sei, mas pra quem não corria nada, agora eu corro algo e já até joguei no Google “Um quarto de maratona” rs. Ok, nesses momentos é bom ser pretensiosa, porque eu adoro metas e essa de correr é uma delas e tem sido uma grata surpresa nesse tal ano que decidi cuidar de mim.
Escrevendo isso aqui, pra inspirar vai que né, mas também pra jogar pro universo o compromisso de seguir cuidando de mim, do meu corpo, da minha saúde, dos meus músculos, das minhas articulações. Como bem li por aí, já que hoje é o dia 1o do mês, ao invés de soprar canela, estou soprando whey protein!
Volto a qualquer momento com mais novidades!
Beijos e boa semana!
Thereza
Ahhh eu amei! Eu também sempre fui a que oscilava e no último ano eu foquei e tenho pensado muito na minha versão do futuro, com saúde! E acho sempre inspirador ler a jornada de outras pessoas. O tipo de influência que a gente ama ❤️
que lindo The, aconteceu isso comigo em 2024. Eu entendo perfeitamente em ser ok, no meu caso eu sempre me referi a ser 7,0 média para passar de ano. Eu sempre fui uma garota 7,0 em relação a minha vida pessoal. Sempre foquei tanto no trabalho. Na faculdade eu dizia que estava lá só pelo diploma e que 7,0 me bastaria. Na minha saude, ia no medico e nao voltava com resultados dos exames, pq pedia para um amigo ver se tinha algo fora no normal antes, e ele dizia ok. Engravidei aos 36 (2022). Aos 37 anos um puerpério difícil, mãe solo, dores no corpo, na mente. Meu filho teve muita colica e refluxo nos 3 meses e eu passava a madrugada de pé com ele para não regurgitar o leite. Foi cansativo, dolorido e eu não chorava. Meu cérebro bloqueou qualquer lagrima nesse período. E meu alivio era comer doce. Comia bolo, pão de mel, tudo que podia e nao podia. Engordei mais que a gravidez. Meu corpo todo dolorido e ainda com açucar em doses cavalares. Mas a conta vem 2024, um dia tomei um remedio e fiquei um dia sem dor, pq eu nao me medicava e vi "meu deus isso não é normal eu me acostumar com tantas dores" e sim, nos mulheres somos facilmente acostumada em sentir dor. Depois vi uma foto minha em que nao me reconhecia. Em nada para falar a verdade eu me reconhecia. 01.06.2024 marquei consulta fiz exames, contratei personal, descobri que estava com Hipotireoidismo e nem vestigios de vitamina D. E hoje quando acordei pensei em cancelar o personal e faz 3 dias que nao tomo remedio da tiroide. E seu texto dizendo sobre a oscilação me pegou tanto pq já nao sinto tanta dor, ja voltei a dormir mais de 5 horas (ainda amamento). Mas vi que estou me auto sabotando novamente. E que preciso pensar em mim, no meu filho, mas em mim principalmente. Eu mereço isso, cara. Eu mereço ser saudável por mim. Genteeeeee a gente merece ser uma gostosa saudavel por nós kkkk...é isso obrigada por compartilhar, escrevendo aqui e vi que eu mereço...