"Economia do cuidado" e outras coisas que li por aí
Ignorância é uma bênção; Inteligência emocional; Meditar é sinal de inteligência
Pra uma pessoa que nos últimos anos escreveu quase que diariamente na versão blog, encontrar um novo formato é se reinventar. Às vezes um reinventar sobre a mesma coisa, mas sempre um reinventar. E trabalhar com internet é isso.
E não só sobre internet, mas sobre a vida e, talvez, especialmente a vida nesse nosso milênio. Quantas pessoas que você conhece mudaram de profissão? Conta quantos se formaram junto com você e que seguem na mesma área?
Eu mesma mudei de profissão depois de 4 anos de formada. Minhas amigas arquitetas? De umas 10, talvez 3 exerçam a profissão. Sem contar profissionais que cortam um dobrado, tem duas ou três profissões, que tem seus corres variados e ainda são influenciadores, produtores de conteúdo, mães e seja a outra função que for. O que mais que tiver que multiplicar, a gente tá multiplicando, ora por prazer, ora por necessidade, mas sempre com intensidade (que às vezes sufoca, cansa).
O lado bom desse eterno começar de novo é o senso de desafio, de novidade, já o lado ruim também é a sensação de inexperiência, de buscar sempre se adequar, se encaixar, um eterno novato.
O que deveria nos consolar? Tá todo mundo (re)começando agora, em qualquer lugar do mundo, no digital, no analógico, infinitas possibilidades e espaços a serem preenchidos.
Viajei um pouco nessa introdução porque estava lendo a newsletter do incrível Austin Kleon (aka autor do icônico “Roube como um artista”) e me bateu num momento reflexivo, de mudanças e desafios. Há 15 anos trabalhando com internet e sempre me vendo - e sentindo - desafiada ou até mesmo obrigada - e resistente - a mudar, às vezes batem alguns questionamentos.
Você tem que se sujeitar a fazer algo novo o tempo todo. Às vezes é bom, muitas vezes é difícil, mas aqui no Substack tem sido ótimo, ainda que desafiador! A frase acima do Austin toca nesse ponto…
“a gente não sabe, e o não saber é o primeiro passo”
E com 7 meses de FASH!Mail e 3 meses da versão PREMIUM, me sinto cada vez mais confortável com esse espaço e possibilidade de dinâmicas (e olha que ainda não experimentei todas!).
Digo isso, porque se no Fashionismo (site) ele tem uma linha editorial, no Instagram tem outra, no Twitter outra e assim sucessivamente, aqui me sinto muito à vontade de fugir eventualmente da pauta moda e extrapolar esses sentimentos que surgem diante do tempo, meu tempo, minha transformação.
Outro dia fiz um post de “Coisas que li por aí”, agora vamos fixar essa ~tag e eventualmente compartilhar coisas interessantes que tenho lido por aí.
Economia do cuidado
Outro dia descobri a “economia da criatividade”, depois a “economia da atenção” e, pode entrar, “economia do CUIDADO”, tá feliz Fernando Haddad? Bom, são nomes pra pautas comuns, conhecidas, mas que vem numa nova embalagem, e do que se trata essa economia do cuidado?
Eu sou assinante e leitora fiel do meu amado jornal O Globo de domingo (inclusive, vem dele as 2 pautas de hoje!) e me peguei com a matéria de ontem sobre essa economia que foca em envelhecer bem.
Mais da metade dos 203 milhões de brasileiros tem mais de 30 anos, e 15% tem 60 anos ou mais. Essa última parcela que hoje é de 30 milhões, vai alcançar 25,7% da população em 2040.
O que significa? Uma nova configuração populacional prato cheio para oportunidades de negócios e até mesmo no mercado de trabalho. Seja uma nova era de médicos geriatras (sabia que no país existem apenas 2600??), tecnologia pra deixar a casa mais inteligente, logo, mais segura pro idoso manter sua autonomia.
“A VISÃO DA VELHICE FICOU VELHA”
Lembra aquela máxima que se multiplicava “os anos x, são o novo ano y” e assim sucessivamente? Bom, basicamente não existe mais isso e esse fortalecimento da atenção ao mais velho é significativa. E lucrativa!
O foco na faixa etária tem outra razão, estima-se que a população de mais de 50 anos representa quase 20% do consumo brasileiro e movimenta cerca de 1,6 trilhões de reais por ano. E essa faixa é a que mais consome produtos premium aka os mais caros. E a tendência é crescer e idade ser somente um número na identidade, pois mais velho e mais rejuvenescido.
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Ainda na pauta jornal, outro dia fui positivamente impactada com uma entrevista o psicólogo Daniel Goleman, autor do bestseller “Inteligência Emocional, a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente” e agora com um novo livro que promete mostrar que a MEDITAÇÃO é a melhor forma de gerenciar sua MENTE.
O "Por que meditamos” foca em desmitificar & desmiStificar o ato de meditar, é sobre tirar o mito e a mística. Na entrevista ao Globo ele fala justamente que a meditação não deve ser encarada como uma dádiva ou tábua de salvação, mas sim como algo prático e, o principal, que deve ser prioridade na sua vida. Não que você mude tudo pra meditar, mas que você se comprometa a focar nela nem que seja por 5 minutos no seu dia, o que pra ele basta.
E essa conversa me lembrou muito minha iniciação ao Mindfulness e o compromisso, o hábito de meditar em qualquer lugar, de qualquer jeito, mas sempre pegar 5 minutos do dia e voltar nosso corpo e atenção ao momento presente.
Confesso que não ando fazendo isso todo dia, mas sei que é um mecanismo que quando faço, coisas incríveis acontecem!
Quando é questionado sobre a dificuldade de parar com os pensamentos e relaxar para meditar, ele conta que tudo demanda prática, e tempo. “É trazer sua atenção para aquela única coisa. Você pode usar um mantra, um ritmo para a respiração. A grande luta será sempre com sua própria mente, com seus pensamentos. E você deve lembrar que todo mundo passa por isso e esse realmente é o desafio”.
E um ponto muito interessante me pegou: quando é questionado sobre aqueles que afirmam que não são o tipo de pessoa pra meditar. Como provar o contrário?
“Na vida, eu diria que o maior desafio para se tornar mais inteligente é controlar sua própria mente. Meditar ajudar você a gerenciar melhor sua mente. Hoje em dia temos muitos estudos que provam quantos benefícios podemos ter. A meditação deixa seu corpo mais calmo, o que significa que você pode lidar melhor com o stress e isso torna sua mente mais clara. Assim você pode receber melhor tais informação, entender melhor o mundo e tomar melhor as decisões. Não sei quem não quer isso. Acho que todo mundo precisa!”
Então se ele falou, tá falado! Já buscou a meditação hoje?
Mais algumas coisas que li por aí!
Lyst 2023, as marcas e produtos mais incensados do último trimestre.
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E se a moda entrasse em greve?
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A LVMH vai patrocinar as Olimpíadas de Paris 2024
Barbie e o recorde da Greta Gerwig
Beijos e boa semana!
Oi Juliana, obrigada pela mensagem! A matéria do Globo é essa: https://oglobo.globo.com/google/amp/economia/noticia/2023/07/23/os-novos-60-mais-ativos-e-com-potencial-maior-de-consumo-idosos-movimentam-empresas-e-profissionais.ghtml
Eles citam a “economia do cuidado” na chamada como focada na atenção demandada ao segmento +60 que tem crescido muito e com muito poder aquisitivo e tb necessidades especiais. Não conhecia essa expressão e não sabia dessa outra “linha” do link que vc indicou, creio que seja uma coincidência mesmo! Mas muito interessante, não sabia. Agora sobre a parte do Haddad é brincadeira rs pq todas essas expressões hj em dia são sobre “economia x” “economia y” rsrs Bjs!
Oi The! Adoro seus textos e a sua newsletter é uma das que mais gosto de ler atualmente. Mas fiquei intrigada com um assunto dessa última edição: a "economia do cuidado". Não li a matéria do Globo ou mesmo algo que o Haddad tenha falado. Mas esse termo "Economia do Cuidado" é utilizado para se referir a todo o trabalho doméstico invisível das mulheres, no cuidado para a manutenção da vida de outras pessoas, e que no final das contas permite que a Economia gire e produza riquezas. Dê uma olhada nesse link: https://lab.thinkolga.com/economia-do-cuidado/. Quando vi o título, até fiquei animada de ver você tratando desse assunto. Mas fiquei surpresa ao ler o conteúdo. Realmente, a economia focada em envelhecer bem está vindo com tudo, mas não pode ser chamada de "Economia do Cuidado". Um beijo!