"Fadiga do futuro" e outras coisas que li por aí!
Da oratória à menopausa, passando por 2 médicas que me influenciam (e cuidam de mim) e encerrando com Ted Lasso - ou Van Gogh!
O que é a vida senão um amontoado de ideias, aprendizados e compartilhamentos? Semana passada fiz uma coisa pela primeira vez: terapia. Curioso que uns anos atrás eu, ignorantemente, falava: nossa, melhor nem ficar sabendo mais da minha própria vida, do meu próprio eu, estou bem assim como estou.
Bobinha. Pra mim, a terapia tem sido sobre desabafo e perspectiva, alguém que ouça e não necessariamente te aponte caminhos, mas que te mostre como observá-los de maneira melhor. Bom, eu sou totalmente novata nessa seara, mas já recomendo!
Dito isso, me peguei pensando todas as revoluções internas e eventualmente exteriorizadas da minha vida e penso quanto o tal dos 40 anos refletiu nisso e daí hoje vi o trailler de Selling Sunset, (sim, essa newsletter escalona de reality fútil a terapia profunda entre um parágrafo e outro) e logo me identifiquei com uma fala interessante da Chrishell Stause, 41 anos.
“Eu sei que as pessoas acham que eu estou tendo uma tal crise de meia-idade, mas eu estou tendo um despertar”
E é basicamente assim que eu sinto me vendo diferente e disposta a encarar terapia, fazendo cursos e ainda encarando um inferno astral com combo de mercúrio E plutão retrógrados. Dito isso e toda essa energia produtiva (juro) e de ler, aprender e compartilhar: trouxe 4 pautas legais que mexeram comigo nessa última semana, acho que vocês podem gostar.
Você tem fadiga do futuro?
Ah pronto, preguiça de pensar ou vislumbrar o futuro, mais um mal geracional e catapultado por essa urgência em ser, estar e aparecer! Se a gente não consegue lidar com o PRESENTE, vem o futuro e já quer sentar na janelinha?
Essa semana estava lendo uma matéria do antropólogo Michel Alcoforado, um cara incrível - queria ser amiga - e que foca muito no aspecto de consumo e comportamento humano, duas pautas que super me interesso. E ele pontuou que as pessoas andam INTOXICADAS pelo excesso de informações e ideais projetados pro futuro.
É TED, SXSW, Reports, insights e alguns blás, blás, blás. Aquele senso que tem gente antenada hoje já sabendo o que vai acontecer com o futuro de geral. Quase como uma fofoca que você vai ser a última a saber, sabe?
E eu me senti totalmente engatilhada com esse tema, pois, além de ser meu trabalho produzir esse tipo de conteúdo com quê no futuro, é um tema que me fascina, mas que depois do post dele… me trouxe reflexão.
“Como o chat gpt vai impactar nossas vidas?”, “o ~quiet luxury vai ser mais que uma tendência e estilo de vida?”, “qual vai ser a próxima tendência de beleza?”, “o novo procedimento estético”… poderia ficar parágrafos citando muitas projeções, mas vou desacelerar e recortar a fala dele.
“O mundo é plural e sabendo disso, não dá mais para falar que um grupo decide as tendências para todo mundo. Estamos passando por dois momentos: o desejo de entender o futuro ainda existe, mas está sendo intoxicado por uma chuva de informações que chegam na sua timeline a todo o momento.
A vontade pode até ser de largar tudo, mas não dá. O mundo tá acontecendo, as coisas também e existe outra forma de encarar as tendências: menos pirâmide e mais circular.
Pense nos recortes, pense no como, questione. Entenda a si mesmo e descubra como a “tendência do momento” te afeta e se não for a sua vibe, vamo para próxima, deixa passar. Nem tudo é a “oportunidade perfeita”.”
Previsibilidade é sinal de conforto e se o ser humano sai desse lugar… danou-se! Daí se você não cogita seu futuro baseado na inteligência artificial, por exemplo, você é ultrapassado, tá perdendo tempo e até dinheiro.
E toda essa conversa me lembra de dois pontos da vida: quando a gente é adolescente e tem que ou fazer teste vocacional (isso ainda existe?) ou já decidir a faculdade que quer fazer no alto dos seus 17 ou 18 anos. Ou no outro polo da vida quando nossos pais falam que tem preguiça de aprender algo novo pq provavelmente não vão precisar disso.
Como o próprio Alcoforado diz em seu post, “quem não está com medo, não está entendendo nada!”. Longe de ser a agente do caos ou blogueira apocalítica, mas enquanto tenho que viver de pesquisar o que vem pela frente, ando cada vez mais *agora com nome* com fadiga do futuro! Já se sentiram pressionada por esse fator também?
Uma aula de oratória
Eu tenho crush por jornalistas e, na história recente, se for jornalista política da Globonews eu viro fã, seguidora, influenciada. Sou assim com a Andreia Sadi, Natuza Nery, Flavia Oliveira e grande elenco. Eis que outro dia me peguei dissecando e salvando os TIKTOKS da Chris Pelajo, outra grande e notória jornalista.
O curioso dessa história é que, enquanto ela estava na Globonews, eu a achava mais sisuda, séria e não naquela vibe mais informal ou do debate que costuma dar o tom do noticiário. Eis que ela saiu da Globo recentemente e agora foca em seus livros e palestras de comunicação… e entrou pro hall dos crushes de maneira inesperada.
Eu me peguei vendo um vídeo dela sobre ORATÓRIA e pensei: se ela tiver um curso eu vou comprar AGORA. Bom, ela ainda não tem, mas quando tiver, pode cobrar o preço que quiser: vai ser justo.
Ela lançou uma série de vídeos chamados #ComunicaChris onde ela fala sobre esse aspecto da comunicação (em eventos, palestras e até mesmo nas redes sociais) que é FASCINANTE. E prova o ponto dela e do saudoso Chacrinha…
Quem não se comunica, se trumbica.
E ela se comunica com uma clareza, com uma facilidade e com um carisma raro. Mas não se engane que seja dom, ela conta que oratória não é dom, mas prática e exercício. A neurociência fala, inclusive, que se aprende por exemplo e repetição. Assistindo seus vídeos trouxe alguns highlights que valem a pena.
Trio de valores da comunicação: conhecimento, habilidade e atitude.
3 regras da oratória: falar em pé pra ser visto; falar alto para ser ouvido; falar pouco pra ser aplaudido.
Conhecer muito sobre determinado tema, pra saber explicar de forma simples e objetiva.
O “acho” tira a credibilidade de qualquer comunicação. Palavras no diminutivo diminuem a importância e valor.
Historia com objetividade gera credibilidade.
O inimigo da boa articulação é o cansaço.
São highlights muito pontuais, mas se esse assunto te interessa (ou você não sabe nada a respeito), recomendo você seguí-la no Instagram ou Tiktok que ela compartilha vídeos e outros aprendizados que caem bem pra qualquer carreira ou ocasião.
Protagonismo médico
Se jornalista é meu crush/influencer do coração, médica não fica nada atrás, eu amo gastar meu rico dinheirinho com médicas, consultas e muitas conversas! Durante minha gravidez, por exemplo, o consultório da minha obstetra foi sala pra muito aprendizado, papos, acolhimento e fofoca.
A Dra Viviane Monteiro é uma ginecologista incrível, super concorrida e me acompanha há muito tempo, desde quando comecei nesse caminho de planejar a engravidar. E, tudo que ela tem de badalada e elegante, ela tem de generosa. Acolhe suas pacientes e compartilha conteúdos preciosos sobre os mais diversos temas.
Nessa semana ela falou bastante sobre gravidez +40, planejamento e possibilidades e fico muito animada (não em engravidar de novo rsrs) em como essa pauta tem se tornado cada vez mais e mais comum. O debate propaga a urgência e desmitifica várias falas e visões equivocadas. A Dra Vivi, inclusive, disse que muita coisa mudou, a medicina avançou e é impossível ter a visão distorcida sobre engravidar depois dos 40. Vale seguí-la.
Da gravidez pra menopausa, depois da minha obstetra que trouxe minha filha ao mundo, tenho uma endocrinologista do coração e que vem cuidando com muito carinho e atenção esse novo marco dos 40 anos e conviver num futuro - ainda que distante - com esses novos desafios da saúde da mulher.
A Dra Isabella Bussade é rainha nesse mundo da endocrinologia (e de quebra bff e conterrânea da Dra. Vivi) e fala com um equilíbrio perfeito de leveza e seriedade que o assunto pede. Semana passada ela estava em Florença para um evento médico sobre menopausa e falou muito sobre o tema.
Um dos sintomas mais comuns? Esqueça aqueles óbvios como suor ou necessidade de reposição hormonal: 65% das mulheres reportam uma menor capacidade de concentração. E continuando, 6 em cada 10 mulheres tem um impacto negativo no trabalho por conta da menopausa.
Bom, conforme falei na outra newsletter:
Até 2025 serão mais de 1 bilhão de pessoas com menopausa, isso é mais que 12% da população. E o que isso significa pra indústria? Negócio$! Nesse segmento, o mercado de beleza tem projeção de faturar 600 bilhões de dólares nos próximos 2 anos. UAU!
E por qual motivo eu sigo falando sobre o tema aqui, mesmo sabendo que ainda falta um pouco pra minha e que a maioria das minhas leitoras tem a faixa etária similar ou é até mais nova? Pq precisamos normalizar, desmitificar, desromantizar, banalizar… quebrar o tabu de algo tão natural.
Se envelhecer é meta, a menopausa vai estar no meio do caminho, e tudo bem. Que médicos nos auxiliem a lidar melhor com ela e o nosso ambiente seja mais acolhedor.
Ted Lasso e Van Gogh, quem diria?!
Outro dia contei que Ted Lasso (passa na Apple TV) é um dos meus seriados favoritos dos últimos tempos, mas ainda não tinha passado pelo ep 3x06: uma obra prima televisiva. Obviamente não teremos nenhum tipo de spoiler, mas um convite pra assistir, caso você ainda não o faça.
Esse episódio se passa em Amsterdã e se chama “Girassóis” e a cena dele no museu e essa frase abaixo, que depois eu descobri ser um clássico de Van Gogh, achei a mais pura poesia! E ainda é um paralelo sobre o assunto de hoje que fala sobre futuro, sucesso e envelhecer.
A foto que ilustra a newsletter é a “The Sower”, arte e tema dessa pensata de Van Gogh:
"Não se espera receber da vida o que se aprendeu que ela não dá. Antes, começa-se a perceber que a vida é uma espécie de semeadura e que ainda não é a hora da colheita.”
Beijos e bom final de semana de uma Thereza poética e na pura revolução astral pré aniversário rs
<3
Essa frase do Van Gogh é uma sessão de terapia! Obrigada, The!❤️