🚨 Chega, basta... é o fim das microtrends(?)
Estéticas, customizações caóticas e estilo pessoal...
Do cottagecore ao old money, do mobwife a todas as comidas, frutas, -core e aesthetics, 2025 promete dar um basta a todas as microtendências que vimos chegar e sair. Ok, algumas foram mais que micro e se tornaram a essência de uma geração (leia-se quiet luxury ou dopamine fashion), mas inúmeras outras foram fontes de tiktoks e reels aleatórios internet afora, mas para onde fashionisticamente vamos nesse ano?
Antes de mais nada é preciso traçar um retrospecto, quando foi que nos pegamos trocando de tendência como quem troca de roupa? A culpa foi da pandemia, claro. Além de um reset de saúde, social e emocional, impactou logicamente não apenas como vestimos, mas como consumimos moda.
Lembra antes da pandemia, e até traçando um paralelo com blogs e suas “TREND ALERTS”, era o ano do “neon”, da “calça clochard”, do “normcore ou do “athleisure”. As tendências eram mais amplas, mais abertas a experimentações e variações e, lógico, no meio disso tudo vinham microtendências que eram a pincelada extra ao ano da moda.
Corta pra pandemia, todos em casa sem ter o que fazer e vestir. Pausa no relógio. As coisas avançam. Nos vestimos para além do existir e… o ciclo antes interrompido, agora volta aceleradíssimo, com a carteira eventualmente cheia e o desejo de experimentar, rotular e compartilhar estéticas.
Enquanto o público queria se encaixar em tribos para voltar a pertencer, a imprensa queria noticiar qualquer coisa e as marcas comercializavam o máximo possível. Como diferencial dessa engrenagem, o Tiktok promovia e multiplicava tudo de maneira acachapante. Hoje nota-se que as coisas saíram de controle.
“Estávamos em uma roda de hamster e não conseguíamos sair dela, e isso mudou.” - Mia Jacobs - Trend Forecasting do WGSN
Alguma coisa está fora da ordem
É guerra, é crise climática, recessão, meio que nada de bom acontecendo e o reflexo aparentemente vem esse ano na moda. E ainda pesa o fato da própria moda em si viver uma revolução de dança das cadeiras, novos estilistas, outras formas de pensar… pausa.
Nesse início de ano tenho pesquisado sobre novas tendências, mas, especialmente sobre como vamos desacelerar e refletir. Li uma matéria excelente no BoF sobre o assunto e uma frase me pegou…
'“As microtendências se tornaram abstrações semelhantes a memes” - Michael Appler, diretor de comunicações da Trendalytics.
Achei muito oportuno essa relação das microtrends com memes, onde na velocidade da internet nasce, faz sucesso e morre em questão de dias. E mais, as tais microtendências se tornaram mais moeda de troca em conversas vigentes, algo mais cultural e menos fashion.
A enxurrada de microtendências mostrou às marcas que os consumidores esperam que eles usem humor e se envolvam na conversa cultural. Usar o léxico de tendências se tornou mais importante na criação de desejabilidade. Muitas microtendências se relacionam a eventos e atividades da cultura pop: os compradores estão cada vez mais exigindo se vestir de acordo com o que estão fazendo, em vez de apenas montar seus guarda-roupas sazonalmente — seja para ir a um evento esportivo, a um show ou filme.
Achei fascinante esse olhar que especialmente a GenZ está se vestindo cada vez mais para O QUE estão fazendo, basicamente se vestem para um evento e não para uma estação do ano. Eles ficam animados com os momentos culturais e não com o inverno ou verão, como vestiam nossos ancestrais aka de millennial pra trás rs.
Em busca de mais identidade
Apesar desse novo ideal de vestir, ainda assim as microtendências estão perdendo espaço para essa busca em ser diferente, apesar de ainda querer pertencer.
Se você parar pra refletir, qual foi a grande MICROTENDÊNCIA de 2024? Muita gente aposta na “chaotic costumisation”, popularmente conhecida como as bolsas cheias de penduricalhos!
Ideia antiga, que foi revista por Miuccia Prada há algumas temporadas e que virou grito fashion no último ano justamente pra fazer o público fugir do igual. Mesmo tendo tutorias de como customizar sua bolsas, os adereços eram mil, mas ainda uma ideia eficiente de variar sobre o mesmo tema e, o principal: transmitir um senso de estilo pessoal.
Outro tendência que não é nada micro ou nova: ONCINHA! Febre em 2024, ela poderia viver uma estação e logo saturar, mas que nada, segue firme, forte, cheia de história, atitude e também variações mil (que, spoiler, em breve vem um novo post sobre o tema!).
Dossiê da ONCINHA
Toda estampa tem seu estereótipo. Enquanto estampas florais são para românticas, listras tem um quê náutico, tartan remete ao punk, bolinhas tem uma pegada vintage… estampa de oncinha (e nesse post v…
No mais, as pessoas buscam pertencer, se encaixar, experimentar e brincar de moda. E 2025, ainda bem, parece chegar diferente, do que os últimos anos. Vamos observar!
Beijos,
Thereza