FASHwine #2: Vinho laranja, Champagne laranja
Nosso colunista de vinho fala sobre uma opção laranja e outra sustentável pra degustar com estilo!
Vinho branco ou rosé em pleno inverno? Será que combina? Bom, se estivermos falando do inverno que tivemos esse ano no Brasil, principalmente no Rio de janeiro, acredito que podemos incorporar brancos e rosés da mesma forma que faríamos no verão, geladinhos e na beira do mar.
Agora, independente de fatores climáticos, vinhos de diferentes estilos podem ser apreciados em qualquer época do ano. Claro que não é aconselhável tomar um tinto potente debaixo do sol de janeiro, mas se tratando de vinhos leves, não tem época certa, ou melhor, errada.
Agora, se você quer algo diferente, com mais pegada com os brancos tradicionais, porém mais delicado que tinto e com bem mais complexidade do que a maioria dos Rosés, tenta um vinho laranja. Como assim laranja? Calma, eu garanto que ele é feito 100% de uva, mas com uma diferença no processo de elaboração.
Produzido a partir de uvas brancas, os laranjas, diferentemente dos brancos, passam pelo processo de fermentação em contato com as cascas, por isso adquirem uma tonalidade mais fechada, caindo para o âmbar. E as diferenças não ficam apenas no visual, os aromas e sabores são mais intrigantes remetendo à fruta cristalizada junto a um toque oxidação bem interessante. A alta acidez e uma pontinha de tanino fazem desse vinho a harmonização ideal para culinária asiática bem temperada.
Várias vinícolas de muitos países estão adotando essa técnica milenar de produção, que foi desenvolvida na Geórgia há incríveis oito mil anos, e adivinha quem está arrebentando? Nosso Brasil, é claro! Os vinhos laranja ou âmbar são uma feliz realidade por aqui, principalmente nas regiões mais frias. Assim, não poderia deixar de indicar um belo exemplar brazuca.
Villagio Conti Arancione 2021: Delicioso laranja de produção minimalista e super limitada, produzido na Serra Catarinense, esse vinho encanta os sentidos. Feito das uvas italianas Ribolla Gialla, Grechetto, Vermentino e Malvasia, ele passa 90 dias macerando com as cascas. Resultado, ótima complexidade de aromas com muita fruta tropical, zest de laranja, frutas secas, lavanda e mineralidade com bons taninos pra dar um punch no final. Tem em alguns e-commerces e está no site da vinícola por R$85, ótimo preço para essa categoria de vinho.
Cão Perdigueiro Peverella Laranja: Da Serra Gaúcha, esse exótico laranja tem o diferencial de envelhecer por seis meses em barricas de carvalho, o que entrega ao vinho aromas de baunilha e especiarias, além daquela arredondada nos taninos. R$150
Macerato Laranja 2022: Também da Serra Gaúcha, um vinho laranja natural da Faccin, feito de chardonnay e que se enquadra na arrojada categoria de vinho natureba, pois é produzido com mínima intervenção pelo método ancestral, com práticas sustentáveis de manejo de vinhedo, fermentação natural, sem filtração e sem conservantes. R$123 no site da vinícola, muito legal para essa proposta de sustentabilidade.
Um almoço com La Grande Dame
E se tratando de sustentabilidade, não poderia deixar de falar do privilégio, pra não dizer honra, que tivemos em participar do almoço de lançamento do Champagne Veuve Clicquot La Grande Dame 2015. O almoço, sediado no maravilhoso Hotel Fairmont Copacabana, apresentou a mais recente safra do Champagne ícone da vinícola, que teve a colaboração da mestre das cores, a designer italiana Paola Paronetto, que criou uma série de seis caixas de presente colecionáveis, dignas da grandiosidade do Champagne!
O almoço, repleto de jornalistas e formadores de opinião do segmento, foi impecável e nos fez passear por sabores marcantes e pratos super elaborados, como crudo de atum perfumado e um lombo de cordeiro divino! Tudo isso escoltado pelos clássicos da Veuve Clicquot, do carro chefe, Yellow Label, passando pelo frutado Rosé, pelo estupendo La Grande Dame 2015 para então finalizarmos com o demi-sec que acompanhou a melhor releitura de Romeu e Julieta que você pode imaginar.
Fomos acompanhados a todo momento pelo enólogo da vinícola, o jovem talentoso Emmanuel Gouvernet, que esbanjou simpatia e nos brindou com uma aula sobre a Veuve Clicquot e, principalmente, sobre a La Grande Dame, que é a mais pura expressão da Pinot Noir que represnta 90% do blend complementado por 10% de Chardonnay. Na taça, uma experiência para os sentidos com aromas de torrefação, patisserie, floral, pêra madura, especiarias, nozes num fundo mineral quase calcário. Uma explosão de perlage num mousse finíssimo que domina a boca e o coração.
E quando eu falei sustentabilidade lá em cima, foi justamente, pois Emmanuel enfatizou que a Veuve Clicquot, super comprometida em se adaptar às novas condições climáticas e com uma pegada cada vez mais forte em consciência ambiental, tem no planejamento a redução da pegada de carbono. Esse plano vai da adoção de práticas mais sustentáveis nos vinhedos até à redução do peso das garrafas para conseguir uma menor utilização de vidro.
Sempre seremos a favor de empresas que, não só utilizam, mas que também promovem uma mudança de posicionamento dentro de um setor tão grande e complexo.
Espero que tenham gostado ou pelo menos ficado com água na boca!
Bom final de semana!
Abraços, Rodrigo!