Uma crise de individualidade fashion
Unha azul claro, cabelo repartido de lado, qual vai ser a próxima tendência revolucionária da geração? As pessoas estão frenéticas e fanáticas.
Acho que já perdi as contas de o quanto falei recentemente que ando totalmente saturada com a engrenagem da moda, segundo o Tiktok. Suas estéticas, -cores e a velocidade e nomenclatura de como tudo isso anda… anda me dando preguiça!
Enjoada.
E pra não parecer repetitiva, traduzi o vídeo dessa super querida diretamente do, veja só a ironia, Tiktok. E ela falou com muita eloquência e elegância tudo que venho pensando.
“Os Estados Unidos estão tendo uma crise de individualidade”
Ela focou no país e entendi totalmente o ponto. Enquanto ela é uma influenciadora indiana, ela basicamente está focando no ocidente por tudo isso e está coberta de razão. De todo modo, eu estenderia essa ótica pro mundo *quase todo* e pros jovens *quase todos*.
Pra mim, as pessoas estão frenéticas e fanáticas. Frenéticas para se encaixarem em qualquer tendência ou nicho, e fanáticas para se identificarem com qualquer pessoa minimamente padrão. A internet fez isso. De primeira isso foi até bom, mas agora tá dedo ˜pintado-de-azul-claro no cool e gritaria.
Veja bem, isso é quase que depor contra meu próprio ambiente de trabalho, mas as coisas saíram fora de controle.
E aí eu ainda vou além e bem específica nessa observação e começo citando o saudoso Cazuza: nossos heróis morreram de overdose. Obviamente não temos inimigos no poder (acho até a Hailey e a Sophia fofinhas e ~girl next door como milhares), mas o sarrafo está baixo.
Os ícones de moda que atravessam o tempo estão diferentes. Antes tínhamos, por exemplo, uma Iris Apfel ou uma Carolyn Kennedy, só pra exemplificar dois extremos opostos de estilos e histórias pra justificar - talvez o injustificável: que o parâmetro era outro. E a consistência também
Longe de mim comparar mulheres, mas a culpa não é da Hailey ou da Sophia ou muito menos da gente, mas do sistema, do capitalismo desse universo acelerado e que urge mudança quase que diariamente. De como nossas inseguranças e ~oscilações fashion não são muito sobre expressar criatividade, mas mais sobre como elas são constantemente capitalizadas por uma engrenagem consumista que devora nosso estilo. E cartão de crédito.
Até replico uma frase de uma seguidora quando postei esse tema no twitter: tá todo mundo virando fashion icon por fazer o mínimo. E aí a gente problematiza de vez: por fazer o mínimo sendo branca, magra e riquíssima, elas são poderosíssimas.
As pessoas estão fazendo tutorial de como dobrar camisa social ou como fazer rabo de cavalo em pleno 2023!! Nada contra, eles são eventualmente essenciais, mas também……..
Bom, talvez eu esteja ranzinza ou há tempos demais nessa internet fashion…
Reflexões à parte, ando saturada da moda pela moda, pra vocês terem ideia, até o excesso de rosa na Margot Robbie na tour da Barbie já anda me saturando (e olha que mal começou), sei lá, sinto falta mais dessa tal individualidade, de uma liberdade, não sei explicar, mas sei que algo está em vias de mudar.
Boa semana!
Beijos,
Thereza
Verdade! Já ando meio cansada de ver quase todo mundo, quase igual, quase que literalmente, rs (pelo menos na internet). Claro, tendências vão (re)aparecer e desaparecer, e isso vai influenciar no nosso estilo, mas individualidade e personalidade devem ser maiores que tendências e todo mundo devia ter. Agora, me veio na mente a Gisele Bündchen, sempre fiel à ela mesma e ao seu estilo, que pouco mudou através dos anos e continua simples, atemporal e bonito, mesmo não sendo todo no meu gosto kkk
Ps: tbm ando saturada dessa gen z. Nunca gostei muito, e isso pq sou de 98! Pra ver como a coisa ta feia kkk prefiro os millennials, acho que levam mais à sério o negocio de individualidade e, principalmente de liberdade!
Bjs
Maravilhosa e necessária, como sempre. Muitas vezes tenho me policiado - estou com uma súbita vontade de pintar as unhas de azul (por ex.), e agora me pergunto sempre porque, e quase sempre vou lembrar de alguma estética, que, sorrateiramente, invadiu o meu feed… é, as campanhas de marketing nas redes estão tão agressivas, que entraram ainda mais no nosso subconsciente…