Pelo fim do estilo algorítmico

Estéticas, tendências, o estilo pessoal está refém do algoritmo e do alcance. Até quando?

Se você é dos tempos dos primórdios dos blogs certamente vai se identificar com uma das expressões mais populares para mostrar a tendência do momento, a “trend alert”. É o estrangeirismo aliado ao senso de urgência de ter a it peça, o must have e por aí vai. O uso da língua inglesa é comum, se usado com alguma parcimônia até vá lá, e de quebra ainda embala a palavra numa roupagem mais bonita e contemporânea.

Agora se o tal alerta de tendência permeava nosso imaginário fashion uma década atrás, corta pra 2023 e duas palavrinhas que são até comuns, mas em 2022 definitivamente se disseminaram em tudo relacionado a moda: -CORE e AESTHETIC.

Por exemplo, você certamente já viu sobre “BARBIECORE” ou “OLD MONEY AESTHETIC”, termos cunhados e popularizados pela rede ao lado e que ganharam força e importância, mesmo não sendo nada de novo (é se vestir de rosa e de maneira básica).

Quer criar uma moda x? Coloca o sufixo -core. Quer lançar uma tendência y? Chama de estéAESTHETIC e tá lá o verniz de Fashionismo (não o blog rs) que a moda fugaz hoje em dia pede.

No início do ano escrevi sobre esse tema lá no Fashionismo, mas já estamos em junho e ando cada vez mais chocada com a velocidade das coisas e como essa disseminação, e pulverização de tendências está dizimando nosso estilo pessoal.

Me faltavam palavras pra concatenar minhas ideias, mas, recentemente li um excelente artigo na Nylon que compactuava da mesma ideia e reflexão.

“A moda está oficialmente em sua era TikTok-core. A disseminação de tendências online já foi regida por guias de revistas impressas, fóruns, blogs…. Agora, as ‘-core’ estão dominando o ciclo de tendências digitais desde a ascensão do TikTok em 2019. E a velocidade com que as experimentamos - e, posteriormente, as descartamos - está no auge.