FOI UMA GRANDE NOITE! O Costume Institute e a Vogue acertaram com muito louvor na escolha do tema, “Impecável: a confecção do estilo negro” e teve tudo isso! Teve estilo negro, teve confecção (alfaiataria) e a grandesíssima maioria foi impecável!
No meu instagram fiz um TOP7 looks femininos, mas aqui no Fashionismo, de maneira inédita, faço um TOP10 só com homens! Eles não apenas foram os protagonistas da noite, mas agarraram essa ~oportunidade com LOUVOR.
Agora eles vão ter um probleminha daqui pra frente… o sarrafo deles ficou altíssimo e eles vão ter que seguir surpreendendo.
Dito isso, vamos aos destaques!
COLMAN DOMINGO DE MAISON VALENTINO
Eu estava com altíssimas expectativas com o look do Colman Domingo e acho que ele seguiu à risca a estética que vem emulando há tempos no tapete vermelho. A capa azul era em homenagem ao Andre Leon Talley e o look revelação foi a epítome do dandísmo, alfaiataria e um quê de irreverência pela mistura elegante de estampas. Um primor!
LEWIS HAMILTON DE WALES BONNER
De início o look do Lewis pode parecer "simples", mas a riqueza mora nos detalhes. O piloto foi muito atento ao tema e mostrou devoção mencionando que o look carrega uma memória ancestral e que cada detalhe são marcadores de sua identidade, proteção e referência.
O look Wales Bonner na cor marfim simboliza pureza e status, enquanto os búzios — que passaram de mão em mão — representam herança ancestral e espiritualidade. A tradicional faixa real foi ressignificada como um símbolo xamânico, conectando realeza e rito. O traje ainda contava com contas artesanais, pérolas de água doce e diamantes cor de granada, formando um conjunto de amuletos eternos, numa harmonia entre o sagrado e o sofisticado.
KHABY LAME DE BOSS
Um dos meus looks favoritos da noite, pois adoro quando um pequeno detalhe do tema vem assim em repetição, pois reforça a potência do elemento e, nada mais alfaiataria masculina, que um belo relógio pendurado ao look e o Khaby mostrou vários.
KEITH POWERS DE BOSS
Mais um usando Boss em mais um look impressionante e fiel ao tema. Difícil pensar em alfaiataria masculina e associar à uma calça pantalona, mas essa do Keith está impecável. Gosto também da veste, quase um bolero, e também do mix de polka dots e listras. Um visual bem anos 40 e condizente ao tema.
ALTON MASON DE BOSS
A marca italiana seguiu vestindo looks incríveis e diversos. Amei que esse look do Alton tinha tipo uma outra versão sem capa e o detalhe do decote coração chamou a atenção. Também gostei da variação do tema, depois de muito pinstripe, brilho pra reforçar a exuberância do tema.
GUILLAUME DIOP DE VALENTINO
Pura poesia o look do Guillaume Diop, primeiro bailarino negro da Ópera Nacional de Paris. A composição de cores e estampas, as texturas, os brocados, esse look é sair dali da festa e emendar direto no museu. ARTE!!!
BYRON TYREE HENRY DE ORANGE CULTURE
E aparentemente não foi apenas Colman que homenageou Andre, o ator Byron Tyree também reverenciou o ícone com essa capa belíssima da marca nigeriana Orange Culture. Simplesmente adorei o uso da cor (vimos burgundy em outros looks) e a textura da capa, look de alimentar os olhos.
SHABOOZEY DE ROBERT WUN
Também fugindo do tradicional, o look do cantor impressionou pelo uso das pedras turquesas. Segundo seu stylist, Shaboozey não usa apenas um terno — ele o reinventa. A alfaiataria futurista de Robert Wun transforma a estrutura da roupa masculina tradicional em uma silhueta escultural e fluida. As linhas retas, as bainhas fluidas e o corpete que lembra uma armadura? Isso é o dandismo negro evoluído.
O padrão da aplicação das pedrarias no peito evoca a realeza e os adornos corporais, ecoando tanto as tradições africanas de bordados, quanto os enfeites elegantes. É uma arte vestível com memória cultural. Achei poético!
OLIVIER ROUSTEING DE BALMAIN
Confesso que criei bastante expectativa com a Balmain para vestir um séquito de celebridades no tapete vermelho, afinal, Olivier é um dos únicos homens negro a comandar uma maison francesa (o outro é o Pharrell que também decepcionou um pouco). Mas vamos falar do próprio enquanto “pessoa física”.
Eu amei a ideia do look, mais precisamente do acessório, uma ~bolsa de máquina de costura vintage? 10000/10 e totalmente adequado ao tema, afinal, era o que muitas vezes os dândis negros faziam… costurar suas próprias roupas!
ANDRE 3000 DE BURBERRY
Por fim, mas não menos importante, em meio a tanta alfaiataria e elementos indefectíveis do dandismo, a irreverência também se faz presente. No livro que serviu de inspiração à exposição, a autora Monica Miller descreve o dândi como uma “figura que pode, ao mesmo tempo, subverter e cumprir categorias normativas de identidade em diferentes momentos e lugares como um gesto de autoarticulação”.
E Andre não apenas subverteu com um piano nas costas, como se autorreferenciou reproduzindo a capa de seu próprio disco. 10/10!
Que noite, minhas amigas e meus amigos, looks que já entraram no hall de memoráveis do MET! Qual foi seu favorito?
Beijos!
Thereza
Amei o post! Que a moda masculina continue assim! Curiosamente foram mais inventivos que muitos dos looks femininos
Obs.: é Brian Tyree Henry, não Byron. Aproveito para recomendar dois programas maravilhosos com ele: a série Atlanta e o filme Passagem, com a Jen Lawrence
Colman e Hamilton estavam musos e completamente alinhados ao tema.
O que achou do look da Anna, Thereza? Inicialmente não me chamou atenção, mas os detalhes foram coerentes.