O vestir de ocasião
Se vestir pro inverno, pro verão, pro dia ou pra noite, no humor ou no automático, como você define seu estilo?
Moda sempre foi a pauta 00001 no Fashionismo, mas o curioso é que meu estilo pessoal sempre ficou em segundo plano, afinal, por muito tempo optava em ser a “revista” e não a “modelo” e assim fui por convicção - e amor mesmo - por muito e muito tempo!
Lógico que muitas leitoras se identificavam comigo, o que gostava, usava ou me inspirava, mas é muito curioso - e também fascinante - viver essa nova era therezachammas no Instagram e poder explorar mais esse lado, logo, ter novas percepções de moda e compartilhar com vocês.
Essa semana participei de um evento super badalado no Copacabana Palace e o dresscode era Blacktie, mas, logicamente, um blacktie carioca de ser! Postei no Instagram e compartilhei o quanto vestir para noite era muito mais divertido e interessante pra mim e quando falei sobre, recebi muitas mensagem se identificando e estendendo a conversa!
Fico triste que o ambiente do Instagram (mais precisamente dos stories e suas dms) não seja tão participativo quanto uma caixa de comentário de blogs ou Substack, daí trago pra cá algumas reflexões sobre esse vestir de ocasião.
Look do dia x Look da Noite
Lá pelos menos 20 anos, enquanto estagiária ou já formada, eu tinha duas energias: me vestir para OBRA e isso significava calça (jeans) e camisa de manga, por ser um ambiente com 99% de homens, meu chefe até falava pra gente ir mais, digamos, coberta (sim, depois problematizei muito isso, mas também vejo como uma forma de evitar outros problemas, enfim, pauta densa pra outra ocasião). Então meu ambiente de trabalho não permitia um look terninho wallstreet woman rs, daí como compensava?
No look da noite! Com a moda muito latente em mim, o vestir noturno era meu favorito, subir no salto, carregar na maquiagem, sainha curta e decote profundo, uma energia que fez parte de mim por muitos anos e influencia meu vestir até hoje, com algumas ressalvas, claro.
O mito da carioca despojada
Acho que esse ideal do vestir casual de dia e arrumada à noite talvez faça parte da essência carioca - como muitas leitoras cariocas corroboraram nas dms. E isso tem o fator estilo de vida, mas também clima. Pra mim, o calor é fator MUITO limitador (e o frio também, e pra gente 21 graus já é mais frio que Curitiba rs).
Carioca é calorento e despojado, mas também não é tanto quanto se imagina. Bom, talvez não todos. A gente não só usa vestido estampado da Farm e sandália Havaianas todo dia (se bem que no verão ando só usando esse combo mesmo).
Carioca é descomplicado, ainda que autêntico. Tem um savoir faire… não pera, tem um quê descolado, maleável de se vestir durante o dia, mas também tem lá seus fashionismos noturno
E aí que entra o vestir arrumado durante à noite, é incorporar, exercer uma verve que talvez seja a oposta do dia. Parafraseando a frase da bio da Julia Lourenço, é “nascida no RJ, vestida pra SP”. Sendo que esse vestir pra SP não precisa pegar o Santos Dumont, é só deixar a noite chegar pra emular um pouco mais de ousadia, irreverência.
Vestir com pressa
Outro fator que faz questionar minha vontade - ou até mesmo minha habilidade rs - de me vestir com mais carinho pela manhã: a pressa.
Eu geralmente estou atrasada, nem diria atrasada, porque gosto de ser pontual, mas ansiosa. Começo na hora, mas quando vejo, tô no limite e vejo que a roupa ficou em último lugar, quase como um crime fashion rs.
E se esse compromisso for na parte da manhã: o acessório mau humor adorna o look rs. Não que eu seja mal humorada, mas um dia todo pra compromisso, aí arranja um 6 da manhã, não tem fashionismo que resista.
Uma mesma base de roupa na semana
Aí a gente vai arranjando nossos truques ou desvios de percurso e eu tenho um que funciona bem pra mim: escolher a base da semana rs, quase que um armário capsula volante.
Eu cismo com uma bermuda preta, por exemplo, aí ela vai me acompanhar durante a semana e eu só vou trocando a segunda ou terceira peça. Lógico que em looks casuais e à paisana funcionam muito bem, tudo na base da preguiça e da pressa de pensar muito de manhã.
Armário sempre arrumado e rearrumado
Tal qual uma loja, a roupa no armário tem que circular, afinal, quem nunca esqueceu que comprou peça x que fica lá amontoada numa pilha de roupa ou no fundo de uma gaveta.
O arrumar frequente do armário é um trunfo pra peças x e combinações y ficarem vivas no nosso imaginário e a gente poder fazer o look circular (e a energia fluir).
O estilo da mãe
Pausa pra falar de estilo versão mãe! Como tudo na maternidade, achei que seria “modo de dizer”, mas não. O estilo muda de fato, se adapta e a moda precisa chegar pra FACILITAR.
Por exemplo, dois “estilos” que eram ZERO minha cara, mas ZERO mesmo e agora não vivo sem: vestido longo. Eu não gostava, não era minha energia (e eu achava que no verão se um bara** subisse nele seria o caos » sim galera, sou DOIDA«), mas depois da maternidade, eu AMO. É confortável, fluido, leve, prático.
Outra coisa é a bermudinha! Nunca usei, achava que minha coxa grossa não ficava bem, super autopreconceito e resistência, mas não é que hoje em dia tenho vários modelos?! Versão clochard, as mais formaizinhas, confortável, arrumadinha, AMO. Fruto de Maria Eduarda que trouxe lux a um armário que me obrigou mudança, mas me permitiu experimentar
A Renner tem todos os estilos, mas a gente não rs
Bom, até podemos ter, mas deve dar um trabalhão! Acho que dia ou noite, verão ou inverno, entender nosso estilo faz parte e é essencial pro nosso vestir de forma prática (automática pela manhã) ou carregada nas tintas quando é preciso.
Em 2018 fiz minha análise cromática com minha amiga Gabriela Ganem e foi life-fashion-changing mesmo. No início rejeitei o póbi do meu outono puro “eu usando bege, marrom barat* e verde musgo??? jamais”, corta pra hoje: não me vejo sem!
Lógico que não abdico do meu preto por nada nessa vida (sorry, Gabi!), mas encontrei cores como aliadas e, acredite, com o tempo faz uma super diferença e nos auxilia justamente nesses dias de “preguiça” ou quando a gente precisa de mais confiança.
Junto a isso, a análise de identificar seu estilo universal (são 7 catalogados) também auxilia na formação do seu caráter fashion rs, mais precisamente numa terapia de estilo e identificação pessoal. No meu caso sou, “moderna, sexy e elegante” e essas características circulam facilmente entre um look preguiçoso ou outro bem intencionado.
Vale dizer que a moda não nos limita o obriga a nada! Ela deve ser um facilitador e instrumento pra exaltar nossas características, personalidade, humor e intenção. Intenção de passar as manhãs básicas ou as noites pronta pra exercer o melhor fashionismo que a gente puder.
E você, se veste pra ocasião?
Beijos e bom final de semana!
Por aqui, dia 19 de maio é dia de festa aka meus 41 anos :)
The, feliz aniversário atrasado!
Muita saúde e prosperidade!!
Sobre estilo: eu sinto que um pouco do que vocês - pessoas comuns - falam sobre estilo pós-maternidade é um pouco do que eu vivo no trabalho: o estilo não pode ser qualquer coisa, porque sempre tem uma criança por perto e perigo eminente de precisar de movimentos bruscos.
Eu amo que a Duda trouxe a era Thereza aparecendo! Adoro ver como vc se veste e faz escolhas!
Beijão
Parabéns, Thereza querida!