Notas sobre a New York Fashion Week

O vestir agora é híbrido!

Tenho pensado muito na moda. Não na moda de fazer compras à tarde na Zara do Barra Shopping, nem na moda das -cores e ~aesthetics, mas na moda filosófica, comportamental, analítica… sei lá.

Outro dia falei até de moda pra minha terapeuta e, me permita compartilhar a pauta: falei que andava viciada em trocar. Bom, sempre fui, Rachel Green também, mas comecei a me questionar mais (e questionar o outro, a outra no caso, a minha terapeuta) e entender se era uma insatisfação com meu corpo ou uma expectativa desiludida com a moda enquanto ferramenta roupa mesmo.

Sei lá, daí me peguei pensando no livro que eu li e no vídeo que postei aqui no meu instagram, quando falo da moda enquanto escapismo, esperança de dias melhores, de futuros mais promissores, tudo isso às custas de um pedaço de pano.

Sei lá, devo estar vivendo a latente crise da meia idade, me redescobrindo, desafiando, buscando novas respostas versus aquela mesma ladainha da moda que funciona como x ou p ou t ou o.

E por qual motivo estou transformando essa adorável newsletter num divã público e sem vergonha? É temporada de moda! Começamos com Nova York na semana passada e teremos belos dias de muito fashionismo e afins.

E aí corrobora minha reflexão mais analítica comportamental e uma esperança de clarear as ideias da moda. Será que estamos todos vivendo um nublado fashion que afeta nossa visão e estilo?

Pois bem, então nessa newsletter vou compartilhar umas notas sobre: o vestir pós pandêmico, a nova moda do ponto de vista dos estilistas, o que de interessante teve na NYFW e alguns looks bonitos que vi por lá, já que ainda precisamos de colírio pra ver entre as nuvens.

O vestir pós-pandêmico

Em termos de moda, a temporada de quarentena que enfrentamos em 2020 e 2021 buscou conforto, praticamente um aconchego pra enfrentar o medo que acometeu o mundo. Moletons e até pijamas (já que não saíamos de casa mesmo) eram mais arrumados, ainda que obviamente confortáveis. Os conjuntinhos nos gerais eram práticos e nos davam uma sensação de estilo diante do caos.

Em seguida, veio a onda “dopamine fashion”, roupas mais coloridas, festivas e libertadoras pra gente sair de casa depois de tempos isolados. Mas aí nos demos conta que, apesar dos pesares, traumas ficaram, a vida seguiu e a gente se adaptou. A Guerra na Ucrânia foi também significativa pra mostrar que não necessariamente “entre mortos e feridos salvaram-se todos” e a moda seguiu num hiato indefinido.