Feliz dia do Malbec!
Tão famosa que tem seu dia próprio
Por Rodrigo Dreux, editor de vinho e gastronomia.
Quando começamos a falar de vinho, preferência de estilo, região ou uva, é quase que inevitável que a Malbec apareça no papo, afinal, é a queridinha dos brasileiros e tem motivos para isso. Originária da França, mais especificamente de Cahors, e utilizada em pequena escala nos famigerados cortes de Bordeaux, essa tinta de casca grossa -literalmente falando - e que produz vinhos de cor profunda, frutados e tânicos, fez da Argentina sua pátria!
Orgulho dos hermanos, a Malbec é a uva mais emblemática do país, mais do que isso, criou um senso de identidade, referência de estilo e colocou nossos vizinhos no mapa mundi do vinho, além de promover um aumento significativo de produção da uva em diversos países, no Brasil, inclusive.
Malbec Argentino é uma marca! O sucesso foi tamanho que criou-se até uma data para reverenciar a rainha tinta da América do Sul.
Dia 17 de abril, comemoramos o Malbec World Day.
No post de hoje:
Mais sobre uma das uvas mais populares do mundo
5 vinhos Malbec imperdíveis, achados com ótimo custo x benefício
Agora, por que será que a uva faz tanto sucesso entre nós brasileiros? Pode ser pela proximidade dos países e pela grande oferta de rótulos por aqui, pode ser pelo hype que os malbecs argentinos ganharam na imprensa, mas acredito que o principal fator seja o estilo em si.
Os vinhos malbec, principalmente, os argentinos são frutados, com aromas de geléia, flores, envelhecem bem em carvalho o que proporciona notas tostadas e de baunilha, características que agradam a maioria dos amantes do vinho. Pra quem está começando nesse mundo, é uma boa pedida, pois sua acidez equilibrada, os sabores de fruta madura, o leve dulçor e a maciez dos taninos vão agradar quem não tem tanta litragem (os malbecs da Patagônia são perfeitos para os novatos).
Outra coisa, os malbecs viraram referência para harmonização com churrasco, na Argentina é inconcebível apreciar uma parrilla sem um malbecão pra acompanhar. E aqui no Brasil, a uva é figura carimbada nas churrascarias.
Além, da Argentina, países como Chile, EUA e Austrália tem investido na uva com ótimos resultados e aqui no Brasil a produção de malbec pegou de vez. Várias vinícolas tem produzido rótulos incríveis e cheios de identidade.
Agora pra que tanta explicação sem aquelas dicas pra comprar, né? Vamos com algumas sugestões de rótulos com estilos que vão agradar iniciantes e iniciados!
Malbec moderno, redondo, fácil de tomar. Nariz floral, com pimenta, baunilha, frutas negras e leve defumado. Bem macio na boca, taninos maduros e que não agridem e com um final com toques de café. Belo custo x benefício. Aqui por R$68.
Com 9 meses de passagem por carvalho francês e americano esse é o típico malbec do Novo Mundo com notas de chocolate, mocha, baunilha, bastante ameixa madura e flores secas. Bem gostoso pra harmonizar com um bife ancho na brasa! Aqui por R$69.
Tinto com bastante frescor e notas florais, de especiarias doces, frutas vermelhas maduras e boa complexidade. Na boca é macio, com acidez refrescante e perfeito para pratos mais elaborados como cordeiro assado e até um peito de pato. Aqui por R$99.
Autêntico Malbecão, concentrado, gordo, cheio de aromas de compota de frutas negras, pimenta, anis estrelado, chocolate, café torrado e toques mentolados. Untuoso, com bom corpo, taninos finos e pegados, e um final tostado equilibrado por uma boa acidez que não deixa o vinho ficar pesado. Vai muito bem com uma costela de fogo de chão. Aqui por R$158.
Perez Cruz Limited Edition Cot (Malbec)
Como não só se vive de Argentina quando falamos de Malbec, trago aqui um belo chileno que trata a uva como Cot (outro nome dado à Malbec na França). Mostra boa tipicidade da casta com suas frutas maduras, violetas, hortelã e tomilho. Bom volume de boca, redondo e com acidez na medida pra deixá-lo gastronômico. Bom para risotos com base de carne e embutidos. Aqui por R$97.
Espero que tenham gostado das dicas e se animado pra degustar um Malbec e, quem sabe, transformá-lo na sua uva favorita também!
Beijos,
Rodrigo