Eu gosto mesmo é de futilidade

Banalidade, bobagem, leviandade, trivialidade

Eu sou uma menina de gostos simples. Me divirto com memes pueris, gifs icônicos de baixa qualidade, estáticos que viralizam sem razão aparente, vídeos de humor duvidoso, adoro pegadinhas (meu youtuber favorito atende pelo nome de Ítalo Sena). Eu amo a frivolidade que o Twitter oferece, que escala de vídeos de gatinhos chorando até uma moça gringa fazendo chapinha no cabelo ao som de Billie Eilish. Sou cronicamente online o suficiente pra entender todos os meandros digitais do entretenimento popularesco e AMO. Eu tenho lá minhas profundidades, mas essa newsletter de hoje é rasa.

É que a vida anda difícil, quer dizer, a medida que andamos, a vida fica cheia de caminhos tortuosos, complexos e nos resta encontrar distração entre uma curva e outra. E essa tal distração é o que justamente nos deixa sãos (ou descolados da realidade, nem que seja por 15 segundos ou 1 episódio).

E eu gosto desse meu predicado. Me divirto com pouco, qualquer prazer me satisfaz. Gosto de apreciar um bom vinho, comer uma boa comida, mas se isso for acompanhado de entretenimento barato, tô dentro!

Por qual motivo estou, no alto dos meus 40 anos (arredondando pra baixo sempre), falando sobre banalidades? É que outro dia me peguei com um novo entretenimento que precisa ser compartilhado, como há 16 anos faço no Fashionismo: VANDERPUMP RULES.

Lisa Vanderpump é uma empresária, socialite e reality star inglesa, mas que é basicamente uma das maiores celebridades de Los Angeles há mais de uma década. Ela foi uma das pioneiras no lendário “Real Housewives of Beverly Hills”, participando das primeiras temporadas, e foi bem aí que conheci a diva. Lembro que comecei a assistir RHOBH no puerpério (tinha acabado de sair na Netflix) e foi justamente o deleite que precisava: mulheres ricas, sem noção, extravagantes e vivendo a plenitude do início da década passada.

Na época não assisti mais do que 2 temporadas, pq era o que tinha na Netflix, mas lembro da Lisa muito bem, justamente por ser divertida, exuberante e por ter um indefectível sotaque inglês.

Corta pro ano passado e, como uma exímia consumidora de cultura pop estadunidense, comecei a ler na minha timeline muito sobre um tal “SCANDOVAL”. Era traição pra um lado, polêmica pro outro, muito caos e publicidade acerca do escândalo de traição de integrantes do tal reality “spinoff”da Lisa: o VANDERPUMP RULES.

Vida que segue, eis que mês passado estava entediada e precisando de conteúdo pra assistir enquanto ficava na esteira. Algo que não demandasse muito envolvimento, mas que fosse uma tela suporte pra eu não querer sair do cárdio rs. Eis que vi que agora tinha o tal VANDERPUMP RULES na Netflix e pronto: é ele!

Comecei a assistir despretensiosamente a 1a temporada, gente bonita e uma trama saborosamente intrincada que nem parece realidade (e, ok, nem deve ser), mas sim um mirabolante filme jovem da Sessão da Tarde. Ali percebi que não era um material casual para esteira, mas sim um reality pra ver no conforto do lar.

“Lisa Vanderpump, dona do restaurante SUR, em Hollywood, equilibra seu instinto maternal com um astuto tino comercial para manter sob controle seu grupo de funcionários, cujas vidas são recheadas de drama e desilusões amorosas.”

Basicamente o reality é sobre um dos restaurantes da Lisa, o Sur e ele narra a vida desses garçons em busca da fama, mas que esbarra em muitos dramas de relacionamento, intriga, fofoca e baixaria. Adoro.

E aí eu me pego pensando: como nunca ninguém teve essa ideia antes? É genial. Pq quem meio que conhece a “cultura”de LA, sabe que restaurante é celeiro de novos talentos, o próximo ator, a próxima modelo, o cantor e por aí vai. Inclusive, LA é um lugar meio triste, pois há muita fama, ambição, mas também é uma cidade repleta de frustração, solidão e outros problemas que englobam esse ideal de sucesso. E olha que o seriado começou em 2013, quando nem se tinha essa cultura de fama digital e influência, o Insta era pra botar foto de cachorro, comida e pôr-do-sol.

Dito isso, VR é uma excelente ideia de plot em meio a muitos realities de música, gastronomia e confinamento. Eles mal servem ou fazem drinks, mas, antropologicamente falando, é uma delícia de se ver, ainda que pese o fato de ser tudo muito bem roteirizado, mas quem se importa?

Eu ainda estou na 3a temporada, mas posso dizer com tranquilidade: só melhora! Assim que terminei a 1a, logicamente entrei no Instagram pra ver quem entrou saiu, casou e separou. Não sou fã de spoilers rs, mas é que o seriado existe até HOJE, ou seja, 11 temporadas, 224 episódios e, quer saber mais? Esse ano foi indicado ao EMMY, na categoria Reality Show “não estruturado”, ou seja, como um bom vinho servido no SUR, só melhora.

E o interessante é que a maioria dos personagens segue, muitos outros chegam e a dinâmica parece se adaptar e evoluir com eles, afinal, não faz sentindo algum eles ficarem 11 anos apenas servindo petiscos e drinks. E muitos começam com 20 e poucos e a transformação é nítida. Na 1a temporada, menção honrosa pro caos de relacionamento da Stassi (garçonete e fashion blogger - juro - nas horas vagas) e o Jax, bartender e ex-modelo, que poderia habitar em qualquer A Fazenda ou De Férias com o ex Brasil. Aliás, o VP flerta muito com esse estilo de reality, e isso é maravilhoso.

O seriado nos EUA é exibido na Bravo e EXTREMAMENTE POPULAR, muito por ter vindo na esteira da Lisa e da Franquia “Real Housewives” que é um absoluto sucesso há mais de uma década, então prato cheio pros americanos que amam essa adorável fubanguice.

Eu não pego todos os spoilers pra manter meu entretenimento imaculado, mas digo que o tal “SCANDOVAL” foi muito impactante, a ~vítima se tornou queridinha da América, ganhou programa próprio, seu restaurante - em sociedade com outra participante e ao lado do Sur - tem fila na porta e o VR ganha mais fôlego, ainda que com as dinâmicas abaladas.

Pra quem gosta de pouca profundidade e muita futilidade, é imperdível! Na Netflix você só consegue ver a 1a, daí pra ver as seguintes só assinando a Universal+ dentro da Amazon. Sei que no E! também passa, mas não sei como funciona no streaming. Pra quem gosta desse tipo de entretenimento, programão! Queria que mais pessoas assistissem pra gente compartilhar mais do mundinho VR!

Beijos e boa semana!

Thereza