Casamento em tempos de Tiktok
Sai a hashtag e entra o FYP, o casamento da Emily Mariko é o marco de uma geração sedenta por conteúdo realtime e looks reallife*
Me casei em março de 2012, numa época que o Instagram engatinhava, era puro, sereno e despretensioso. Enquanto colhia os louros da primeira geração da blogueiragem, minha era matrimonial mal hashtag tinha (se tivesse, #casamentothedrigo seria), no máximo um “Diário da bridezilla” no blog sem filtros.
Lembro inclusive que “viralizei”, antes desse termo sequer existir, quando fiz uma festa pras madrinhas e preparei uma caixa especial com a célebre e disseminada frase “be my maid?”. Lembro que na época vi de um blog americano, reproduzi e fez sucesso!
Nesse período ganhei muitas seguidoras - que falo com orgulho que me acompanham até hoje, justamente por se sentirem incluídas nos preparativos, na ansiedade e curiosidade em ver o vestido de noiva e a festa, bien sur. Na época, mesmo já tendo por volta de 100.000 acessos diários no Fashionismo, não existia aquele frenesi realtime que vemos hoje e lembro que, graças justamente à outras amigas blogueiras, que postaram durante a festa, que o senso de casamento-de-blogueira se fez presente.
Essa foto acima tirada por uma amiga blogueira (abafa, ex amiga), rendeu na época e adoro essa foto justamente pela despretensão e memória de um período mais analógico que digital.
Acho que só em 2013 que a força da hashtag casamento-de-alguém extrapolou e virou um eterno f5 em busca de novas fotos e acontecimentos. Depois corta pro período snapchat, stories e vídeos em realtime. Se por um momento foi espontâneo, agora qualquer casamento que se preze tem videomaker profissional, drone, edição e produção hollywoodiana antes mesmo da noiva entrar na pista. É tudo fascinante e sintoma de tempos acelerados e altamente compartilhados.
Mas também tem o lado oposto, pessoas discretas, muito ricas e/ou muito famosas que usam o low profilismo (inventei) como trunfo e dresscode para um momento mais íntimo. Momento esse que também desperta desejo e curiosidade.
Confesso que me fascino com um e fico admirada com o outro. Sou dessas que virou a noite vendo o casamento da Kate Middleton, que adora fuxicar casamento de pessoas que mal vi na vida, que sou partidária de elogiar sempre qualquer vestido de qualquer noiva em qualquer ocasião. Eu amo um casamento!
E em tempos de Tiktokmania, acabamos de presenciar O grande casamento de uma geração!
Eu não sou muito usuária da rede de vídeos, mas lembro que numa das minhas primeiras incursões, logo dei de cara com um vídeo de uma menina discreta fazendo um bowl de salmão com arroz e logo me vi influenciada a repetir.
A tiktoker era Emily Mariko, que viralizou justamente com esse vídeo, e hoje é fenômeno com mais 12 milhões de seguidores, 680 milhões de likes, 1 casamento e 5 vestidos que certamente já marcaram essa geração tiktokzeira não lá muito casamenteira (afinal, muito jovens ainda rs).
Emily casou no final de semana passado e começamos pelo local: A capela Wayfarer em Rancho Palos Verdes, sul de Los Angeles. A capela de vidro foi projetada por Lloyd Wright Jr, basicamente filho do Frank, um dos maiores arquitetos de todos os tempo. Do lado pop da coisa, o belo espaço foi cenário para casamentos em The OC e Revenge.
Casamento quieto e luxuoso
Dito isso, o casamento de Emily foi um marco geracional por fatores que justamente diferem da nossa geração #casamentoxyz. Emily é discreta, pouco fala e, apesar de ser originalmente de família classe média alta, emula esse >ideal< old money quiet luxury.
E o casamento também teve uma energia mais despretensiosa, ainda que ela tenha compartilhado gifts da Dior e a festa tivesse uma lanchonete do In-n-Out (sonho!!!). Mas acho que o que transmitiu essa essência quieta e luxuosa foi justamente que não teve esse ideal nababesco e opulento. Foi mais pro lado cool minimal do que pro exagero ostentação.
Veja bem, certamente foi um casamento de milhões, mas tudo pareceu mais genuíno e descomplicado. Provavelmente um conceito mais tiktok e menos instagram de ser.
Uma noiva, muitos looks
Agora precisamos falar dos vestidos. Emily usou seis look, até onde eu contei. E, enquanto uma influenciadora de milhões de seguidores, ela poderia usar um Dior ou Valentino, mas ela foi fiel à energia tiktokiana e foi com marcas nova geração, mais precisamente Mirror Palais e Magda Butrym.
O primeiro vestido, para o jantar de boas-vindas, foi da estilista polonesa sensação Magda Butrym. A bolsa Dior foi um presente “something blue” da marca. *cry in french language*
Pra outra ocasião pré-wedding: a invasão Mirror Palais que, vale dizer, é comandada por Marcelo Gaia, filho de brasileira.
O look do altar, um belo Mirror Palais impecável
Pra festa, numa versão mais confortável, ainda que impecável
E o look pra dançar e comer um belo do In-n-Out, pq nem só de salmão e arroz vive a mulher
Mais um look, agora uma senhora casada bem ladylike rs pro “Goodbye brunch”
Polêmica Soft
Ainda não sendo a maior entusiasta do Tiktok, sigo fascinada o quanto o modus operandi da fama e sucesso lá é um pouco diferente. Parece mais genuíno e menos editado que no Intagram. Agora uma crítica: ao menos a rede do Mark rende fotos com boa resolução rs, mesmo num casamento badalado que rendeu na FYP ao Dailymail, foi difícil conseguir fotos decentes para além do print, mas o que vale é a intenção e o registro!
Ainda assim, a Emily foi envolvida em duas polêmicas, direta e indiretamente. A primeira é que logo o casamento dela começou a ser chamado da “epítome do quiet luxury”, eu concordo que foi quieto (ok, discreto) e luxuoso, mas as pessoas estão mais uma vez implicando com a expressão do ano e pontuando que esse não pode ser considerado um casamento que segue essa energia do luxo e do “old money”.
Primeiro pela origem da influenciadora, ela não vem de família abastada e o principal e aí que me pegou muito rsrs, na batalha do status, foram caçar e descobriram que os vestidos da Mirror Palais são feito Rayon, um tecido bem comum e nada muito nobre rs.
E a batalha segue com pessoas apaixonadas pelo casamento e outras chocadas com quem se apaixona por um casamento comum.
Por fim, tudo começou com uma polêmica criada pela própria Emily (e lembrado pela Kiki aka Check The Tag). Nos preparativos do casamento, a influencer contou que ia transformar o vestido de noiva da mãe, feito esse sim de material nobre de quimono, em clutches pras convidadas! O vestido belíssimo e que seria perfeito para uns dos muitos looks que ela usou… viraria bolsinha!!
Até agora não se sabe se ela foi demovida dessa ideia, mas se tem certeza que foi um belo casamento que rendeu belos looks, momentos e pensamentos!
Beijos e boa semana!
Thereza
aaaai, sou suspeita no assunto casamento, pois desde que vc casou eu tenho fotos salvas como ref!! rs
eu aaaamo acompanhar, mas depois q fui em alguns casamentos com tudo feito pra rede social, brochei.
não fiz nem vídeo no meu, nem ponto instagramável, nadica. só um lugar belo e instagramável por natureza, muita comida, bebida, música boa e um look só (afinal eu não vou ter oportunidade de usar um senhor vestido em outra ocasião como as rycas, né?)